A Ética Absoluta do Reino de Deus
O significado das leis cerimoniais de Israel.
Todavia, há que se distinguirem, no Pentateuco, as leis cerimoniais, sociais e cívicas dadas por Deus a Moisés.
Elas foram exclusivas para o povo de Israel, sem obrigatoriedade para os cristãos (cf. Cl 2.16-23).
Apesar disso, o conteúdo ético, moral, que as norteia e os princípios implícitos são pertinentes ao povo de Deus de qualquer época.
Não se discute, por exemplo, o caráter de pureza implícito em certas normas cerimoniais (cf. Lv 5.3; 7.20,21).
Ainda que elas não tenham jurisdição[1] sobre a Igreja, o propósito para o qual apontavam permanece inalterado, pois a pureza de coração é uma das principais qualidades da vida cristã (ver 1Tm 1.5; 5.22; 1Pe 1.22,23).
A universalidade dos princípios morais da lei mosaica.
Todavia, além das normas já citadas, havia outras de caráter explicitamente moral, cuja universalidade está clara nas Escrituras.
São válidas para “todas as pessoas, em todas as épocas e em todos os lugares”.
O Senhor as reitera no Sermão do Monte e declara de maneira contundente[2] a sua importância como marco distintivo do Reino de Deus (vv.18,19).
São referenciais permanentes e imutáveis que se aplicam em qualquer cultura e expressam não só o padrão de santidade exigido por Deus, mas também o tipo de reação que se espera do crente diante das diferentes circunstâncias da vida (cf. Mt 5.38-42).
Porque a ética do Reino de Deus é absoluta?
A ética do Sermão do Monte tem caráter absoluto.
Ela não se altera ao sabor das diferentes situações, não se ajusta ao que pensa o homem e nem se modifica para adaptar-se ao estilo de vida de cada um, mas é a exata expressão do propósito de Deus para o seu povo (ver Mt 5.48; 1Pe 1.13-16).
A Busca do Padrão Ético do Reino de Deus
É parte da responsabilidade cristã.
A busca deste padrão ético deve, portanto, constituir-se no alvo de cada crente, sendo parte de sua responsabilidade cristã.
Como Paulo ensinou aos gálatas, não se trata de obrigação imposta por um sistema legal, mas de algo que resulta de já estarmos crucificados com Cristo e de Ele ter assumido a nossa própria vida para tornar-nos capazes de ardentemente prosseguir em busca desse objetivo (ver Gl 2.20; Fp 3.12).
Isto implica afirmar, com absoluta segurança, que se o crente não manifesta esse desejo de aperfeiçoar a sua vida cristã a cada dia, nos moldes ensinados por Cristo no Sermão do Monte, é certo que não tenha experimentado a verdadeira transformação interior ou a tenha perdido no meio do caminho.
Ainda que a força da lei não produza nenhuma piedade, só aparência, o coração transformado será compelido a expressar em sua vida esse padrão ético desejado por Deus (cf. Sl 42.2; 63.1).
É resultado exclusivo da graça.
Por outro lado, cabe ressaltar, com a mesma segurança, que, se nenhum esforço humano pode produzir não só o ardente desejo, mas também a possibilidade de se experimentar, aqui e agora, essa dimensão ética do Reino de Deus, só há uma resposta a ser dada: ela é resultado exclusivo da graça (ver Rm 6.1-15).
O propósito de Cristo é que as exigências espirituais da Lei de Deus se cumpram na vida de seus seguidores (Rm 3.31; 8.4).
O relacionamento entre o crente e a Lei de Deus envolve os seguintes aspectos:
1. A lei que o crente é obrigado a cumprir consiste nos princípios éticos e morais do Antigo Testamento (Mt 7.12; 22.36-40) bem como nos ensinamentos de Cristo e dos apóstolos (28.20; 1Co 7.19; Gl 6.2).
Essas leis revelam a natureza e a vontade de Deus para todos e continuam hoje em vigor.
As leis do Antigo Testamento destinadas diretamente à nação de Israel, tais como as leis sacrificiais, cerimoniais, sociais ou cívicas, já não são obrigatórias (Hb 10.1-4; Lv 1.2,3; 24.10).
2. O crente não deve considerar a Lei como sistema de mandamentos legais através do qual se pode obter mérito para o perdão e a salvação (Gl 2.16,19).
Pelo contrário, a Lei deve ser vista como um código moral para aqueles que já estão num relacionamento salvífico com Deus e que, por meio da sua obediência à Lei, expressam a vida de Cristo dentro de si mesmo (Rm 6.15-22).
3. A fé em Cristo é o ponto de partida para o cumprimento da Lei.
Mediante a fé nEle, Deus torna-se nosso Pai (cf. Jo 1.12).
Por isso, a obediência que prestamos como crentes não provém somente do nosso relacionamento com Deus como legislador soberano, mas também do relacionamento de filhos para com o Pai (Gl 4.6).
Mediante a fé em Cristo, o crente, pela graça de Deus (Rm 5.21)
e pelo Espírito Santo que nele habita (Gl 3.5,14),
recebe o impulso interior e o poder para cumprir a Lei de Deus (Rm 16.25,26).
Os crentes têm sido libertos do poder do pecado, e sendo agora servos de Deus (Rm 18.22), seguem o princípio da fé, pois estão “debaixo da lei de Cristo” (1Co 9.21).
Jesus ensinava enfaticamente que cumprir a vontade do seu pai celeste é uma condição permanente para a entrada no reino dos céus.
[1] Poder atribuído a uma autoridade para fazer cumprir determinada categoria de leis.
[2] Incisivo, decisivo.
Porque a nossa glória é esta: o testemunho da nossa consciência, de que com simplicidade e sinceridade de Deus, não com sabedoria carnal, mas na graça de Deus, temos vivido no mundo, e de modo particular convosco.
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Prezamado pr. Daniel Acioli,
ResponderExcluirA paz do Senhor!
Graças a Deus por sua Misericórdia e Bondade em nos contribuir com as suas bençãos e suas orientações para o nosso próprio bem.
É simples e sensato quando lemos uma explanação com esta tão simples e objetiva para uma vida conforme os padrões bíblicos.
O momento em que vivemos, cada vez mais, elimina o conceito de que devemos viver simplesmente sob as regras comuns a uma vida confortável a vontade de Deus, e não encontrar caminhos de fuga não condizentes com as orientações bíblicas que devem ser aplicadas em qualquer época.
O Nosso Deus não tem sombras de variação e ´nós como filhos, devemos ser exemplos do Pai em nossa maneria de agir e se comportar. É uma questão de prática que tem faltado há muitos dos que iniciarão a criação de uma nova moda para a igreja.
Esta moda permite aceitar a imitação bizarra e conformista com o mundo.
Por favor, volte Senhor Jesus Cristo, está difícil conviver com o que está descortinando no meio da igreja.
O Senhor seja contigo!
pr. Newton Carpintero
www.pastornewton.com
www.editoresapologeticos.com