Belial está solto!
“Não tenhas, pois, a tua serva por filha de
Belial…” (1 Sm 1.16)
“Eram,
porém, os filhos de Eli filhos de Belial e não se importavam com o Senhor” (1
Sm 2.12).
“Porém os
filhos de Belial serão todos lançados fora..” (2 Sm 23.6).
Belial não é
um demônio comum: ele é um dos príncipes das trevas, e chega a ser confundido
com o próprio Satanás.
Alguns
comentaristas falam de Belial como sendo apenas uma expressão hebraica usada a
respeito daqueles que incitam à idolatria ou à insurreição; referindo-se a
pessoas sexualmente imorais ou mentirosas, é o que diz a nota de rodapé da
Bíblia de Genebra.
É também o
termo hebraico para “indignidade ou iniquidade”, diz Russel Champlin.
Mas quem é
esse Belial que anda fazendo estragos na igreja do Senhor Jesus?
Que espírito
é esse que ocupa os púlpitos, que mente, persegue, adultera, que faz o mal em
nome de Deus, e que não é notado nem exaltado como os demais príncipes de
Satanás?
Creio que
João Milton, o cego, autor de O Paraíso Perdido (célebre cristão e autor,
contemporâneo de Shakespeare, e que escreveu o que é considerado um dos cinco
poemas épicos do mundo), teve muita percepção espiritual quando descreveu a
forma de atuação desse príncipe satânico.
Milton abre
a cena épica com Satanás recobrando-se da queda que o Messias lhe impôs no
profundo abismo.
O primeiro a
despertar no abismo ao lado de Satanás foi Belzebu, seguido por Moloque, Camos,
Baalim, Astarote, Tamuz, Dagom, Rimom, Osíris, Isis, Hórus, o derradeiro deles,
Belial.
Todos se
colocam à disposição de seu líder e com ele traçam planos de continuar a luta
contra o Altíssimo.
Falando
sobre Belial, diz Milton:
“Espírito
nenhum mais torpe que ele
Dos altos
Céus caiu no fundo do Orco,
Nem mais
grosseiro para amar o vício
Só por ser
vício. Em honra desse monstro
Não se
erguem templos, nem altares fumam;
Porém, com
refinada hipocrisia,
É quem
templos e altares mais freqüenta
Chegando a
ser ateus os sacerdotes
Bem como de
Eli sucedeu os filhos
Que de Deus
os alcáceres encheram
De atroz
fereza, de brutal lascívia!
Reina ele
pelas cortes, nos palácios
E nas
cidades onde os vícios moram,
Onde a
devassidão, a infâmia, o ultraje,
Sobem por
cima das mais altas torres.
Ali, assim
que tolda a noite nas ruas,
Os filhos de
Belial nela divagam…”
Penso que
Milton definiu com propriedade a atividade desse iníquo e perverso príncipe do
mal.
Foi ele que
inspirou os filhos de Eli a fazerem do tabernáculo do Senhor um antro de orgia,
perversão e maldade, resguardados sob o manto da religião.
Operando nos
bastidores da religião e da fé, Belial consegue vituperar o bom nome de Deus
nos dias de hoje.
Em alguns
lugares ele ocupa solenemente púlpitos de igrejas e campanários de catedrais
inspirando com sua presença atividades que se mostram cheias de piedade, mas
que são danosas e prejudiciais à igreja.
Belial está
conseguindo com a igreja o que Moloque não pôde e não pode.
Afinal, Moloque
teve que mudar de tática para voltar a sacrificar crianças, destruir casamentos
e aniquilar a família e, nesse sentido, Belial serve-lhe de grande ajuda.
Aquele que
agia pelas ruas de Sodoma e fincou residência na pequena Gibeá onde uma mulher
foi violentada e morta pelos homens da cidade, age sem ser notado entre o
rebanho de Deus.
Quando
Milton diz que ele ama o vício só por amar, vêem-me à mente os jovens que
abandonando a fé, seqüestraram a filha de um empresário, roubaram-lhe,
fizeram-lhe refém alguns dias depois, e a imprensa com certo orgulho permitia-se
divulgar que os jovens eram membros de certa denominação evangélica.
Belial sabe
como conquistar discípulos e menosprezar a Fé!
Silenciosamente
age nos antros com vícios; nas portas das escolas conquista adeptos para o mal,
e age tranqüilo na catequese ideológica de alguns governos.
Belial está
por trás de romances, histórias, filmes, documentários, inspirando seus autores
a escreverem os mais lindos contos, as estórias mais apreciadas e freqüenta com
certa pompa o mundo das letras, do teatro, da música, falando de amor, paz, ao
mesmo tempo que opera com malícia, indignidade e desprezo.
Historicamente
não se sabe de nenhum templo construído a Belial como se construiu para todos
os demais, mas, no dizer de Milton, ele habita os templos.
Perverso como é, consegue avocar para si mesmo as orações feitas aos demais príncipes; sabe que pode encontrar nos adoradores a honra que lhe é devida, pois toda oração, adoração e sacrifícios cujo fim é a pessoa, a sustentação do ego, o orgulho, a defesa própria, o bem-estar pessoal, são incenso que lhe sobem as narinas e que sustenta sua iniquidade.
A oração do
fariseu em Lucas 18 sobe-lhe às narinas como agradável cheiro.
A do
publicano não lhe serve, pois ela não está perfumada pelo espírito de Belial.
Na igreja percebe-se
sua presença vil acobertado sob o manto do amor e do cuidado ao próximo.
Belial com
sua iniquidade divide a igreja, permeia a liderança, assenta-se nas tribunas
dos concílios e convenções, em reuniões de ministérios, nas pregações tidas
como as mais espirituais.
Belial é
adorado sempre que a iniquidade e a perversidade ocupam espaço em nossos
corações e sempre que nossas motivações deixam de ser Deus, e são centralizadas
em projetos humanos.
Até mesmo em
ritos e leis como o faziam os filhos de Eli.
Tudo o que
faziam era num ambiente sagrado.
A pompa da
religiosidade dos filhos de Eli era como sacrifício agradável a Belial, a ponto
de Ana ser confundida com um de seus filhos, como se estivesse bêbada, fora de
si e, no entanto, estava cheia da presença de Deus!
Belial é um
mistério que precisa ser melhor desvendado!
Parabens Pastor Daniel!!!
ResponderExcluirOs crentes devem saber melhor como adorar com coração sincero ao Deus todo poderoso para não deixar sua adoração misturar-se e acabar deixando escapar algo para beelial!!!
Mas "Se Deus é por nós, quem sera contra nós?"
Louvado seja o nome do Senhor!